quinta-feira, 3 de maio de 2018

Ausência

Sua ausência me leva ao abismo 

Tocando os mais profundo de minh'alma

Ecoa por dentro o silêncio
De uma voz que me sufoca.

Esse habitat tão escuro
Que agora eu vivencio
Grito mesmo estando mudo
Um nome que nunca me pertenceu

Meus pecados te levaram de mim
Abandonado como algo qualquer
Deixando a ruína de um ser
Busco no escuro a essência de você

Sua essência me trazia à luz
Revelava o melhor de mim
Hoje vagueio, perdido em mim mesmo
Sem rumo, sem fé, sem amor
Tudo se foi, dissipou na neblina
Busco o eco da sua voz
Sua ausência me leva ao abismo

domingo, 18 de março de 2018

Só tu me preenche

O vazio da sua presença me faz perceber
Que em mim o que resta não sou eu mas você.
Esqueço de mim para tirar essa dor que consome
Você volta e volta sempre mais forte
Como ondas que nunca se cansa.

Te arrancar dos pensamentos é como tirar de mim a sanidade
Apagar você do meu coração é como secar as minhas veias
Tento deixar você ir, vago pelas ruas da cidade.
Mas volto a me unir a você sempre que retorno a realidade.

Sei que hoje sou o último que te recordas
Uma semente plantada quase que esquecida
Deixando sob a terra como quem brota
A ecoar um grito de quem aos poucos se sufoca.

Nessa caixa onde retém o meu pranto
Busco um refúgio, um sopro de existência
Já não tenho sonhos nem anseios
Vivo como quem perdeu a vida
Preso em si mesmo.
Na própria consciência.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Apenas eu

Quando pensei que sabia amar
Descubro que nem isso sei.
A vida me tirou tudo
De tudo que acreditei

Ao longo do caminho sempre me disseram que eu não era bom pra nada.
Busquei traçar meu caminho acreditando que não era verdade.
Até você aparecer e mostrar que eu era diferente.

Tudo que antes me assombrava se tornou neblinas.
Lembranças em forma de fumaça que se esvai no tempo.
O sonho, o delírio, a euforia de ser quem eu não era.

Mas com o tempo não se pode lutar
E você me mostrou que mesmo no amor
Eu nunca soube amar.
Tudo que tentei enfim em vão

Volto ao passado vejo que muitos tinham razão.
Hoje, triste em perceber que onde eu tinha paz
Já não posso descansar.

A paz que eu tinha era uma ilusão
Diante de mim mesmo, surpreso
Vejo apenas, no reflexo, um borrão.
Não sou nada. Não sou ninguém.
Apenas eu, eu...eu quem?

sábado, 6 de janeiro de 2018

Sentimento só

Não compreendo o amor
A troca, o olhar, a flor.
Não compreendo a flor
Que mesmo em dias nublados
Se abre, perfuma, demonstra seu esplendor.

Não compreendo o perdão
O joelho, a voz, o coração.
Não compreendo o coração
Sua dor imaginável, dilacera a alma
Numa calma, numa calma.

Não compreendo o querer
O olhar, a vontade, o viver.
O caminho a frente, inexistente
A presença de um, a ausência de vida.

Não compreendo o viver
Está só, ter você.